segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Aos cuidados do fabricante

Eu quero, sinto que devo querer algo, mas não sei bem o que. Talvez não tenha nome, nem forma, nem cor, nem seja velho ou novo, nem seja inédito, mas sinto que devo querer. E a menina dos olhos de cigana, diz: "Os psicólogos são ótimos, eles dizem pra você falar tudo que está entalado e continuar sempre expressando seus sentimentos.", e depois arremata: "Mas sempre achei que seus problemas todos se resolvem com sexo.", é, deve ser atraso mesmo. Uma sessão de pornoanálise com ela talvez resolvesse, e tirasse essa idéia besta de analista da minha caixa de grilos:
- Isso, chupa esse complexo, só mais um pouco e você engole a depressão.
Em breve estaria lá ejaculando todos os entupimentos do meu super ego, até alcançar a paz novamente, deveria funcionar, sempre funcionou, mas acho que dessa vez, só uma vez, vou tentar os barbitúricos, os ansiolíticos, os analgésicos.
Amanhã, será preciso voltar aos números frios e rígidos da vida como ela tem que ser, deve ser, e não como precisa ser para alguém que deseja, solenemente e simplesmente, viver.
Não há nada de errado, nada mesmo, sou eu que vim com defeito de fábrica.

(por: A.C.)

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